ACORDO ENTRE CHINA E EUA IMPACTAM MERCADO BRASILEIRO DE SOJA

 

Os Estados Unidos e a China anunciaram nesta semana, a confirmação de um acordo sobre a chamada primeira fase de negociações da guerra comercial entre as duas potências. Com isso, as sobretaxas que seriam impostas no próximo domingo, 15, no valor de US$ 165 bilhões, estão suspensas sobre o país asiático. Além disso, Donald Trump afirmou que a fase 2 de negociações começarão imediatamente, e não mais após eleições presidenciais em 2020, como estava previsto.

De acordo com o analista de mercado Paulo Molinari, da Safras & Mercado, um dos principais impactos no mercado de commodities pode ser na soja brasileira. Isso porque a oleaginosa é um dos produtos mais disputado nesta guerra comercial, no ponto de vista norte-americano. “Como a China não importa milho, o efeito será paralelo. Já para o Brasil, caso o país asiático feche cotas de volumes de compras de soja americana, vamos ter que brigar pelo restante de volume no mercado e possivelmente com prêmios mais baixos”, afirma o analista.

Molinari explica ainda que todo o processo da primeira rodada das negociações afetou diretamente e de forma preocupante as economias mundiais. “Isso vem incomodando bastante o dólar internacional, o que permite o Real a se valorizar atualmente abaixo de R$ 4,10, o que também afeta o preço da soja. Temos por um lado um ponto positivo, que é preço de Chicago, mas por outro lado, temos um certo pessimismo com a taxa de câmbio que vem sustentando o preço da soja e os prêmios do Brasil estavam mais fortes nos últimos 16 meses pode sofrer queda em 2020”, diz.

Apesar disso, Molinari lembra que desde de setembro desde ano a soja americana não tem mais tarifas para entrar no mercado chinês. ” A China deve continuar comprando soja do Brasil, o problema é o regime de cotas, ou seja, caso os EUA ganhe 30 ou 40 milhões de toneladas de soja sem precisar entrar em uma disputa de mercado sul-americano. Ou seja, o problema maior se concentra neste sistema de cotas, porque não há previsão de crescimento de demanda chinesa para o grão por conta da peste suína no país”, enfatiza.

Fonte: Canal Rural