SAFRA RECORDE DE GRÃOS AJUDA A CONTER AVANÇO DA INFLAÇÃO

A safra recorde de 239,8 milhões de toneladas de grãos prevista para este ano tem ajudado a manter comportados os preços dos alimentos ao consumidor, avaliou Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é 108,1 mil toneladas maior que o previsto em julho, segundo os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto.

Os agricultores colherão mais trigo (9,5%), cevada (20,5%), aveia (10,7%) e sorgo (13,9%) este ano. A produção agrícola nacional deve superar em 1,4 milhão de toneladas a supersafra obtida em 2017, o último recorde registrado até então. O clima estava melhor no ano de 2017 do que agora em 2019, mas dessa vez houve aumento na área plantada, explicou Guedes. O resultado previsto em agosto não deve mudar muito mais até o fim do ano, avaliou o pesquisador. Ele estima que falte colher cerca de 7,5 milhões de toneladas de grãos que ainda estão no campo, entre trigo e demais culturas de inverno, feijão de terceira safra e milho de segunda safra.

O avanço esperado na safra brasileira é puxado pelo milho, que tem rendimento maior que o da soja por hectare cultivado.

“Por hectare, a gente produz bem mais milho do que soja. Como a gente aumentou o milho este ano, teve aumento na produção (em toneladas)”, explicou Guedes. “Um hectare dá quase o dobro de milho do que dá de soja”, completou.

O avanço nas exportações de milho ajudou a sustentar os preços do grão em nível ainda atraente para os produtores, que investiram no aumento de área plantada, segundo o IBGE.

Com o crescimento das exportações, a oferta de milho no País não foi tão abundante, mas ainda suficiente para evitar pressões de preços, apesar da tendência de expansão da indústria de fabricação de etanol de milho em Mato Grosso, disse o pesquisador do IBGE.

Fonte: Portos e Navios