BRASIL NEGOCIA MILHÕES DE TONELADAS DE SOJA EM POUCOS DIAS, COM DEMANDA CHINA E DÓLAR ALTO

A comercialização de soja do Brasil, que andava a passos lentos, disparou nos últimos dias com maior demanda da China, preços e prêmios nos portos pelo produto brasileiro fortalecidos e um dólar acima de R$ 4, conforme relatos do mercado. Um volume de pouco mais de 5 milhões de toneladas de soja para exportação, o equivalente a uma centena de navios, rodou no mercado para embarques em junho, julho e agosto, de acordo com relatos colhidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), disse o pesquisador Lucílio Alves à Reuters. O estopim para essa forte negociação de soja do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa, foi o fracasso das negociações comerciais entre China e EUA, na semana passada, que traz mais demanda ao produto brasileiro. Essa demanda adicional veio em um momento em que o dólar atingiu o maior valor em mais de sete meses, o que torna mais barata a importação. Esta semana os negócios foram impulsionados tanto pelos preços melhores, que geraram mais interesse de vendas, quanto pelo interesse de compra chinês. Ele lembrou que o preço para embarque em Paranaguá (PR), importante porto de exportação, subiu de US$ 326,48/tonelada no início de maio para US$ 345,68 /tonelada na véspera (FOB), para embarque em junho. A conjunção de fatores positivos para os negócios ocorre em momento em que o Brasil está no pico da temporada de exportação, logo após a colheita da oleaginosa, que deve se confirmar a segunda maior da história, com mais de 114 milhões de toneladas, segundo os números oficiais, atrás apenas do recorde de 2018. Além disso, diante de um atraso no plantio de milho nos Estados Unidos, há expectativa de que a área norte-americana de soja fique maior que o esperado, o que poderia resultar em safra da oleaginosa maior do que as expectativas.

Fonte: Portos e Navios