A área colhida de soja no Centro-Oeste, principal cultura da agropecuária brasileira, praticamente dobrou em 11 anos, passando de 7,73 milhões de hectares, em 2006, para 14,148 milhões de hectares, em 2017. No ano passado, o Centro-Oeste respondeu por 46,4% da área colhida com soja no país, conforme a análise geográfica dos dados preliminares do Censo Agropecuário 2017, divulgada nesta semana, dia 19 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão já havia divulgado os primeiros dados do Censo Agropecuário 2017 em julho passado. Os dados preliminares informados em julho já haviam apontado que a fronteira agropecuária avançou em 16,573 milhões de hectares do território nacional entre 2006 e 2017, área equivalente aos territórios somados de Portugal, Bélgica e Dinamarca. A expansão ocorreu de forma desigual: Pará e Mato Grosso tiveram os maiores aumentos de áreas agrícolas, enquanto, no Nordeste, houve perda de 9,9 milhões de hectares. Em julho, o IBGE explicou que a redução na área destinada à agropecuária no Nordeste poderia estar relacionada à seca prolongada. A análise geográfica divulgada nesta semana cita Ceará e Rio Grande do Sul para demonstrar a desigualdade na expansão da fronteira agrícola. No estado nordestino, houve retração da área ocupada: em 2006, 53,0% do território eram ocupados por estabelecimentos agropecuários, enquanto, em 2017, a proporção caiu para 46,3%. Já o número de estabelecimentos aumentou em 33.300 estabelecimentos. No Rio Grande do Sul, o movimento foi ao contrário. A porção do território estadual apropriado por estabelecimentos agropecuários passou de 76%, em 2006, para 77%, em 2017, só que o número de estabelecimentos caiu 17,3% no mesmo período.
Fonte: Canal Rural