O navio graneleiro Aeolian Grace carregado com 65.804 toneladas de soja encalhou na madrugada de quarta-feira na Baía Babitonga, após deixar o porto de público de São Francisco do Sul (SC), o que deve trazer algumas limitações para novas atracações no local, informou a autoridade portuária nesta quinta-feira. As atividades no porto, que ficaram suspensas desde o incidente, receberam autorização para serem retomadas no início da tarde desta quinta-feira, segundo a assessoria de imprensa do porto, mas novas atracações serão analisadas caso a caso. A atracação dependerá do tamanho do navio e se a embarcação conseguirá realizar todas as manobras, considerando que o graneleiro Aeolian Grace segue encalhado, acrescentou o porto. Com a autorização para retomada das operações, às 13:45 o navio Bunga Lilac iniciou a manobra para descarregamento de aproximadamente 5.000 toneladas de óleo vegetal. Segundo o porto, quatro navios aguardavam para atracar em São Francisco do Sul e carregar soja. Não havia informação se eles teriam autorização para atracar —o porto não trabalha com contêiner, conforme a assessoria de imprensa local. Em termos de volume de movimentação de grãos, São Francisco do Sul é o oitavo porto do Brasil, com exportações de 4,2 milhões de toneladas de soja e 1,5 milhão de toneladas de milho. O encalhe do navio ocorre em momento de escoamento da nova safra de soja, que está sendo colhida. O Estado de Santa Catarina não é um grande produtor de grãos, mas o porto de São Francisco do Sul recebe cargas de grãos produzidos em outros Estados. Autoridades discutiram ações relacionadas ao incidente nesta quinta-feira, segundo a assessoria de imprensa.
Ficou definido também que será feito um estudo para eventualmente a realização da salvatagem do navio, que consiste na retirada da carga para aliviar o peso, o que facilitaria o desencalhe. O navio tinha como destino Cingapura, segundo o porto. China foi destino final da soja. O porto informou ainda que, antes de encalhar, o navio desatracou em condições de mar, ventos e calado dentro dos parâmetros operacionais adequados para navegabilidade estabelecidos pela autoridade marítima. A equipe técnica do Porto e Praticagem avaliam os danos causados ao navio, segundo uma nota do porto, que acrescentou que não tinha sido identificado vazamento de óleo.
Fonte: Reuters