Projeções divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicaram que os fertilizantes foram os produtos químicos mais importados nos dois primeiros meses do ano, registrando 41,4% em quantidades (4,4 milhões de toneladas) e de 64,1% em valor (US$ 1,3 bilhão). Nesse cenário, o déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 4,9 bilhões nos dois primeiros meses do ano. De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira da Industria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, o forte ritmo se destaca principalmente onde o gás natural é usado como energia ou matéria-prima. “O Brasil, que já despontava como alvo prioritário para desova de produtos excedentes com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, será ainda mais impactado caso não sejam resolvidos rapidamente os problemas de alto custo de energia e de insumos estratégicos para o setor, que impedem as empresas brasileiras de competirem no mercado nacional e internacional”, afirma. A Abiquim informou também que esse valor indica um aumento de 31,4% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que, em fevereiro, as importações de produtos químicos foram de US$ 3,3 bilhões, um aumento de 16% em relação ao mesmo mês no ano passado. Para a diretora de assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, todos esses resultados representam uma significativa abertura econômica no setor. “O déficit vem aumentando seguidamente e já ultrapassou US$ 30,8 bilhões nos últimos 12 meses, enquanto os volumes de produção são praticamente os mesmos de 2007. Lamentavelmente, o cenário econômico da Argentina, principal parceiro comercial brasileiro em produtos químicos, é muito delicado, o que agrava ainda mais o prognóstico para o transcurso do ano”, conclui.”
Fonte: Global Fert