A pandemia de coronavírus deve derrubar exportações em geral no primeiro semestre deste ano, mas commodities agrícolas serão menos afetadas e podem ter recuperação rápida no segundo semestre, com o aumento de compras de alimento para repor estoques nos países atingidos, dizem analistas e entidades que acompanham o comércio global. Em boletim divulgado na última semana, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) não identificava interrupção de importações chinesas de bens agropecuários brasileiros. Entre janeiro e fevereiro, houve aumento de 9,7% no comércio de grãos, óleos e alimentos no país. “A corrida dos consumidores aos supermercados é a provável causa do aumento das vendas de itens básicos para a dieta chinesa. As vendas de alimentos online também cresceram 3% no mesmo período.” Rupturas na indústria e no setor de serviços devem ser mais graves e mais longas, segundo os analistas. Mas tudo —até mesmo os rumos das exportações agrícolas— depende da duração da pandemia, de sua extensão e da gravidade das medidas tomadas para combatê-la. Órgãos como a agência da ONU para o comércio (Unctad) e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que haviam feito previsões quando o surto da doença estava limitado à China, estão refazendo seus cálculos e dizem que ainda levará semanas para que o panorama fique mais claro.
Fonte: Portos e Navios