A China espera ter o surto do novo coronavírus (Covid-19) sob controle no fim de abril, disse hoje o chefe da equipe de médicos especialistas da Comissão Nacional de Saúde da China, o pneumologista Zhong Nanshan. “A China está confiante de que vai controlar o surto, em termos gerais, até o fim de abril”, disse Zhong, em entrevista em Cantão, a capital da província de Guangdong.Ele garantiu que, “embora tenha havido grande surto em Wuhan, a doença não se espalhou de forma maciça em outras cidades”. O especialista em doenças respiratórias disse que o número de casos na China começou a diminuir após 15 de fevereiro, “devido à forte intervenção do Estado” e aos “cancelamentos de viagens após as férias do Ano Novo Lunar”, entre 24 e 30 de janeiro, mas que foram prolongadas para evitar a propagação da doença. Segundo os dados atualizados pela Comissão Nacional de Saúde da China, até a meia-noite de hoje (16h de quarta-feira em Lisboa), a China somava um total de 2.744 mortos e 78.497 casos confirmados. Entre os casos confirmados, 43.258 ainda estão ativos e 8.346 encontram-se em estado grave. Mais de 32.400 pessoas já receberam alta após superar a doença. Zhong disse que as previsões de alguns especialistas estrangeiros, que estimaram que o número de casos na China ia atingir os 160 mil, “não levaram em conta a intervenção do governo chinês”. “A nossa equipa previu que o número de pacientes atingisse cerca de 70 mil. Apresentamos esses números a uma publicação internacional, mas não foram aceitos”, afirmou. Zhong disse que a China deve agora “cooperar e partilhar a sua experiência com outros países”, diante do rápido aumento de casos na Coreia do Sul, Itália ou no Irã. O epidemiologista disse ainda que, embora a epidemia tenha começado no país asiático, o primeiro caso de coronavírus pode não ter ocorrido na China. “Quando fizemos as nossas primeiras previsões, pensamos apenas na China e não em outros países. Mas vemos que surtos estão a ocorrer em outros países. Embora o surto tenha começado na China, isso não significa necessariamente que a China seja a fonte da doença”, disse.
Fonte: Revista Globo Rural