Os preços das commodities agrícolas mais exportadas pelo Brasil superaram as expectativas e encerraram 2021 com variações positivas que não eram registradas há anos nas bolsas de Nova York e Chicago. A expectativa é que o ritmo de avanço arrefeça, mas, de acordo com analistas, o espaço para quedas expressivas é restrito. O açúcar demerara fechou 2021 com preço médio 38,5% maior que o do ano anterior em Nova York (17,78 centavos de dólar por libra-peso). Trata-se do maior valor desde 2016, também sustentado pelo petróleo e suas influências no mercado de etanol. Como as projeções apontam déficit global na safra 2021/22, em larga medida ainda graças ao Brasil, a margem para retrações é estreita. Os preços dos principais grãos negociados na bolsa de Chicago, por sua vez, comprovaram sua notável resiliência em tempos de pandemia e registraram, em 2021, médias bastante elevadas em termos históricos. Nos casos de soja e milho – o Brasil lidera os embarques globais da oleaginosa e briga pela segunda posição no ranking do cereal. Os resultados de 2021 e o cenário geral para 2022 apontam, assim, que os exportadores brasileiros não têm muito do que reclamar no que se refere aos preços, e os atuais patamares ajudam a compensar boa parte das perdas registradas nas lavouras por causa do clima, mesmo que o aumento dos custos dos insumos já tenha começado a reduzir um pouco mais as margens de lucro.
Fontes: Valor Econômico/Datamar News