O Brasil importou 15% menos petróleo dos países árabes no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado como efeito das medidas de isolamento social, e consequente redução da mobilidade por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus. Em compensação, cresceram as vendas de fertilizantes importados dos árabes. Entre janeiro e maio a importação do petróleo árabe (US$ 690 milhões) chegou a ser ultrapassada pela de fertilizantes do bloco (US$ 778 milhões). A importação de fertilizantes vem sendo motivada pelo bom momento da agricultura brasileira, já que mesmo na pandemia a demanda por alimento não cai. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar beneficia as exportações agrícolas, aumentando, consequentemente, o consumo de fertilizantes. Além das importações de fertilizantes continuarem com boas perspectivas, para os próximos meses, especialistas no setor de combustíveis também estão otimistas. “Embora a pandemia ainda represente impactos significativos na demanda de combustíveis, há perspectivas de melhorias nos próximos meses. No mês de junho foi possível notar uma recuperação dos volumes de processamento do refino nacional aos patamares observados no histórico. Estimamos que o impacto da pandemia no segmento de refino será menor do que na demanda de combustíveis, e que em 2021 já será possível observar um retorno do processamento de petróleo nas refinarias aos patamares de 2019”, finaliza a diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloisa Borges Bastos Esteves.
Fonte: ANBA