Dados da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC, na sigla em inglês) apontam que em junho, o Brasil voltou a ser o principal fornecedor de açúcar para o país asiático, respondendo por mais de 60% das importações. Até 2016, a China era o maior mercado para o açúcar do Brasil no exterior, com compras que chegavam a 2,5 milhões de toneladas por safra. Em 2017, porém, Pequim impôs sobretaxa à entrada do produto brasileiro para proteger sua produção doméstica, o que freou as vendas. No ciclo 2017/18, já com a barreira em vigor, o volume caiu para 115 mil toneladas. Mas, mais tarde, os chineses restringiram também a entrada do açúcar de pequenos países produtores em seu mercado. Com isso, o Brasil, o mais competitivo do mundo nesse mercado, voltou a ampliar as exportações à China, mas ainda não nos mesmos níveis de antes. Já este ano, o Brasil abandonou uma denúncia na Organização Mundial do Comércio (OMC) e evitou a abertura de um comitê de investigação contra a China por causa da sobretaxa, depois que Pequim se comprometeu a não estendê-la para além de maio de 2020. Assim, a tarifa fora da cota, que era de 85%, voltou a ser de 50%. Dessa forma, as importações chinesas de açúcar brasileiro, que tinham somado apenas 145,3 mil toneladas entre janeiro e maio, deram um pulo em junho. O volume exportado no mês foi de 239,4 mil toneladas, crescimento de 477% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os embarques brasileiros já representaram 63% do total importado pela China em junho. Os outros três principais fornecedores do país asiático no mês foram Cuba (16,3%), El Salvador (11,9%) e Guatemala (7,6%).
Fonte: Valor Econômico