Os moinhos brasileiros já lidam com preços mais elevados do trigo, tanto nas importações quanto no mercado interno, em meio à pretensão do governo russo de ampliar a taxa de embarques do cereal, medida que afetou as cotações globais e impulsionou os valores dos principais players no mundo, segundo analistas e representantes do setor ouvidos pela Reuters. Na segunda feira (18), o preço médio do trigo Cepea/Esalq no Paraná fechou em 1.418,22 reais por tonelada, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Uma semana antes, quando surgiu o primeiro relato sobre a alta de tarifas na Rússia, o cereal estava cotado a 1.318,22 reais. Em paralelo, em uma semana, o preço para importação de trigo da Argentina, principal fornecedor da commodity ao Brasil, subiu ao menos 10 dólares por tonelada e tem chance de avançar mais, disse o consultor em gerenciamento e risco da StoneX Roberto Sandoli. O valor do cereal argentino funciona como um balizador das cotações brasileiras e sua elevação, aliada ao câmbio firme, abre espaço para que os produtores nacionais também busquem remunerações melhores. Sandoli acredita que, se o aumento no imposto russo for mantido, não haverá espaço para queda de preços pelo menos durante todo o primeiro semestre de 2021.
Fonte: Reuters /Agrolink