O 6º levantamento da Consultoria DATAGRO para a safra brasileira 2020/21 de milho estima uma produção, somando 1ª e 2ª safras, de 109,30 milhões de toneladas. No entanto, esse número depende, em grande parte, do desempenho da safra de inverno, que corresponde a 78% do volume da atual temporada. Cerca de 40% da safra de inverno, cujo plantio concentra-se na região Centro-Sul do Brasil, foi semeada fora do período de recomendação técnica, o que implica em uma necessidade de chuva neste mês e no começo de maio. “Choveu muito pouco no Centro-Sul nas duas últimas semanas e isso irá provocar perdas de potencial, sem dúvida”, diz Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO. “O preço explodiu nessas últimas semanas, acima de R$ 100,00 (base Campinas), reflexo dessa preocupação da safra de inverno, a maior parte da safra brasileira de milho. Já foram registradas perdas na safra de verão e a demanda do mercado interno está muito forte. Isso, aliado aos preços internacionais muito altos, taxa de câmbio alta, pode causar colapso no mercado de milho”, ressalta França Junior. As chuvas dos próximos dias serão decisivas para a colheita desta temporada e para o abastecimento do mercado interno. “Se a safra de inverno for razoável, o prejuízo maior vai ser, provavelmente, na exportação. No entanto, se tivermos perdas significativas, pode faltar produto e teremos um ano bem complicado para o mercado interno”, conclui o coordenador de Grãos da DATAGRO.
Fonte: DATAGRO