A demanda pelo óleo de milho está aquecida desde o final de 2019, a pouca disponibilidade no mercado fez com que os preços subissem. No entanto, o cenário se intensificou com os impactos da atual pandemia de coronavírus (COVID-19), pois os nossos fornecedores de óleo de milho atendem principalmente as indústrias de bebidas e cervejarias, que diminuíram consideravelmente o consumo de matéria-prima devido ao fechamento de bares e restaurantes, que só na cidade de São Paulo, somam mais de 50.000 estabelecimentos. Como consequência da baixa destes sub-produtos gerados na indústria de milho, as fábricas reduziram suas produções, fornecendo menos óleo e farelo, interferindo na disponibilidade vs demanda no mercado de óleo de milho. No Brasil, a previsão atual é que o óleo de milho só deve estar disponível para venda a partir de setembro, com o preço 30% mais caro do que o comercializado há 1 mês atrás. O mercado interno sofre com este desabastecimento, uma vez que quem tem o produto acaba optando por exportá-lo, pois o preço do mercado externo além de agressivo, se torna mais atrativo com a conversão de um dólar acima de cinco reais. O óleo de soja, carro chefe no Brasil, também vem sentindo o impacto das consequências geradas pelo vírus. O primeiro abalo foi antes mesmo do vírus chegar em solo brasileiro, quando a crise se deu na China, já que os chineses são os maiores compradores de soja em grão, e também com a volatilidade das bolsas, levando CBOT e o dólar a subir e baixar todos os dias, gerando instabilidade e fazendo muitos players do mercado se retirarem. Além disso, o atraso da safra fez com que o óleo, que normalmente está disponível entre os meses de fevereiro e março, só saísse um mês depois, e quando finalmente começamos a ter óleo, o vírus chegou. Com o isolamento social, e o fechamento de diversos comércios, a circulação de veículos diminuiu drasticamente e com isso o consumo do combustível. O petróleo chega à beira do colapso, tendo a cotação mais baixa dos últimos 20 anos, acertando em cheio uma das principais indústrias do país, a do BIODIESEL. O baixo consumo de combustível somado a baixa do petróleo, levaram as indústrias de biodiesel, que hoje consomem grande parte dos óleos vegetais no Brasil e equilibram os preços das commodities no mercado interno, a reduzir de 30 a 50% sua produção. O Leilão do Biodiesel, que teve sua 2ª etapa cancelada, já esta prevendo uma baixa significativa de compras, o que impactará o mercado de forma nunca vista antes. O que sustenta o mercado é a volta repentina e sedenta da China, que no início de março voltou a comprar soja em grão do Brasil. Além disso, grandes crushers estão exportando óleo, aproveitando o excelente câmbio e escoando o produto do Brasil para evitar que os preços despenquem com o excesso de óleo no mercado local.
Fonte: Aboissa